Um exemplo de como a tecnologia pode funcionar de forma criativa na sala de aula, transformando o ensino-aprendizagem em algo prazeroso e inovador. A Escola Municipal Francisco de Assis, situada no Horto, tem utilizado o projeto “Conectando Saberes”, uma proposta pedagógica que visa integrar os diversos conhecimentos produzidos no ambiente escolar, promovendo a articulação entre as diferentes áreas do saber por meio do uso da tecnologia, da cultura digital e da interdisciplinaridade.
A iniciativa valoriza a troca de experiências entre professores e alunos, fortalecendo o protagonismo estudantil e a construção coletiva do conhecimento e foi desenvolvida pela professora Bianca Amaral Macabu Pacheco. Atualmente, a Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia (Seduct) conta 77 professores Orientadores de Tecnologias atuando em 63 unidades escolares.
A professora explicou que o “Conectando Saberes” foi criado a partir da proposta pedagógica da unidade escolar de promover uma educação integrada, contextualizada e significativa. E também da necessidade de articular os conteúdos trabalhados em sala de aula pelos professores regentes das turmas com as vivências dos alunos em sua comunidade. No primeiro bimestre, por exemplo, os conteúdos “a casa onde moram”, “a comunidade onde vivem” e “a escola” foram o ponto de partida para a criação de um projeto integrador, que permitiu aos alunos reconhecer e representar os espaços que fazem parte de seu cotidiano.
“Além de integrar conteúdos também se propõe a discutir e refletir sobre questões sociais urgentes, como o bullying, o racismo, o respeito às pessoas com deficiência, a violência contra a mulher, a intolerância religiosa, entre outros temas que atravessam a vida dos alunos e suas comunidades. Os alunos são convidados a investigar o mundo que os cerca, reconhecer as desigualdades e refletir sobre seu papel na transformação da realidade, tudo isso aliado aos conteúdos que devem ser trabalhados em cada bimestre pelo professor regular da turma.
Gestora da Francisco de Assis, Nádia Regina Pacheco, explicou que o “Conectando Saberes” se concretiza por meio de projetos que dialogam com os conteúdos curriculares, os territórios em que os alunos vivem e as práticas sociais que os envolvem. Ela ressaltou que ao utilizar jogos, aplicativos, robótica e ambientes colaborativos, busca-se promover aprendizagens significativas, conectadas à realidade dos estudantes e às competências exigidas pelo mundo contemporâneo.
“A tecnologia tem sido integrada de forma intencional e significativa nas aulas, funcionando como um recurso facilitador da aprendizagem. Neste mês de abril, temos explorado os espaços da escola e do bairro, bem como as relações de convivência nesses ambientes. Para isso, utilizamos jogos digitais, aplicativos educativos e recursos de robótica, que enriquecem as experiências dos alunos ao permitir que eles interajam com os conteúdos de maneira prática e dinâmica. Esses instrumentos ampliam a compreensão sobre conceitos como espaço geográfico, lateralidade e respeito ao próximo, promovendo uma aprendizagem ativa e contextualizada”, contou Nádia.
TECNOLOGIA NO ENSINO-APRENDIZAGEM
A gestora declarou ainda que a utilização da tecnologia no processo de ensino-aprendizagem tem proporcionado inúmeros benefícios. Dentre eles, destacou o aumento do engajamento e da motivação dos alunos, o desenvolvimento do pensamento lógico e da autonomia, bem como o estímulo à criatividade e ao trabalho colaborativo. “Ao trabalhar temas importantes como o convívio em sociedade por meio de jogos e robôs, os alunos aprendem de forma mais envolvente, significativa e concreta, construindo conhecimentos que se conectam à realidade em que vivem”, disse Nádia.
O uso da tecnologia tem ainda aumentado o nível de interesse e participação nas atividades que envolvem o uso da tecnologia. Nádia explicou que eles demonstram entusiasmo ao explorar os aplicativos, montar robôs e maquetes e resolver desafios propostos em grupo. Além disso, essas experiências tem favorecido o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, como o respeito às diferenças, o diálogo, a escuta ativa e a cooperação. Para ela, as crianças se sentem protagonistas do próprio aprendizado e isso se reflete em um ambiente mais colaborativo e produtivo.
“Além dos dispositivos móveis e computadores, temos utilizado de forma integrada espaços como de tecnologias e mídias digitais, o ambiente maker e os kits de robótica educativa. Esses espaços e materiais ampliam as possibilidades de aprendizagem ao permitir que os alunos experimentem, construam e reflitam sobre os conteúdos de forma prática. A articulação entre tecnologia, metodologias ativas e ambientes de aprendizagem diversificados tem potencializado o desenvolvimento integral dos estudantes, preparando-os para os desafios do mundo contemporâneo”, finalizou a gestora.
Por: Mariane Pessanha
Fotos: Bianca Amaral Macabu Pacheco
