A escritora, jornalista, professora e pintora, Ana Maria Machado, elogiou o Projeto Biblioteca em Casa. Por meio dele, a Secretaria Municipal de Educação, Ciência e Tecnologia (Seduct) oferece aos alunos da rede municipal de ensino maletas contendo exemplares de diferentes livros paradidáticos da Literatura Brasileira, de acordo com a faixa etária. Os livros podem ser levados para casa, de modo a permitir a leitura não somente por parte dos alunos, mas também por seus familiares e professores.
“Quando cheguei aqui em Campos e vi que o município está distribuindo livros para os alunos levarem para casa, fiquei comovida. Não apenas porque os meus livros estão incluídos na caixa, mas porque é extremamente necessário. O governo federal está muito atrasado nisso”, disse a escritora.
Ana Maria Machado tem mais de 50 anos de carreira, mais de cem livros publicados no Brasil e em mais de 17 países, somando mais de 18 milhões de exemplares vendidos. Ficou conhecida como escritora, tanto pelos livros voltados para adultos como aqueles voltados para crianças e jovens.
O depoimento foi concedido durante apresentação da escritora no Café Literário da 12 Bienal do Livro de Campos, neste domingo (8), último dia do evento. Ela discursou sobre o tema “Professores e Livros Infantis”, na Arena dos Professores. A palestra contou com mediação da coordenadora municipal do Programa Nacional do Livro e Material Didático (PNLD/MEC), Ana Raquel Pourbaix, responsável pela mediação da palestra e por apresentar o Projeto à escritora.
Cerca de 48 mil maletas do Projeto Biblioteca em Casa foram adquiridas para alunos da rede municipal de ensino, visando contemplar turmas do Pré-escolar II ao 9º ano de escolaridade. O projeto foi elaborado em duas etapas. A primeira distribuiu, no início de 2023, de 18 a 20 títulos a todos os alunos do 2º ao 9º ano. E a segunda etapa aconteceu em 2024 com a distribuição de 12 títulos para alunos da pré-escola, 1º e 2º anos.
As obras para o público dos anos finais do ensino fundamental contam com clássicos da literatura brasileira e traduções de clássicos da literatura internacional adequados à faixa etária desses alunos. Algumas das obras contidas na caixa são: Vira-Lata, Esperança no Morro Azul, Um Bichinho Só pra Mim, O Pato Poliglota e Ah, Cambaxirra, se eu pudesse.
Também compõem as maletas as obras: Bichodário – Acalanto; Numeródromo – Acalanto; Quero abraço, o que é que eu faço?; Então quem é?; Travesseiro travesso; Restaurante Animal; Letras, palavras, histórias, memórias; Janelas; A Chuvarada; O alfaiate valente; Ayobami e o nome dos animais; e Cadê o livro que estava aqui?.
O projeto visa aumentar a interação Família X Escola, democratizando a leitura, ampliando e fortalecendo os vínculos familiares; articular os saberes escolares com as leituras adicionais orientadas pelos professores em projetos de leitura diversos; proporcionar a ampliação da formação continuada de professores e demais profissionais das escolas e creches com leitura e reflexão sobre a prática em projetos de formação com a leitura técnica na própria rede municipal. Visa, ainda, melhorar o desempenho educacional dos estudantes, reduzindo as taxas de reprovação, e melhorar o desempenho em leitura, compreensão e produção de textos.
O acervo bibliográfico é adequado por idade e nível de escolaridade, aprovado pelo Departamento Pedagógico da Seduct. A medida busca o cumprimento de várias metas do Plano Nacional de Educação e do Plano Municipal de Educação, com a proposta de melhorar o desempenho geral da rede municipal de ensino e o domínio da leitura, dentre outras habilidades.
Por Kamilla Uhl – Fotos: Kamilla Uhl e Mauro Antônio