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EDUCAÇÃO ILUMINA VIDAS

Seduct lança nova edição de concurso literário com foco na cultura indígena

Escolas da rede municipal de Campos dos Goytacazes estão convidadas a inscrever seus estudantes do Ensino Fundamental II no concurso literário “Por onde andará o Cratscá?”, promovido pelo Programa Mais Ciência na Escola. A iniciativa, baseada no livro O Indiozinho Cratscá, de Sylvia Paes e Carmen Eugênia Sampaio, desafia jovens autores a refletirem sobre a presença indígena no Brasil contemporâneo.

As unidades interessadas devem preencher um formulário online disponível no site da Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia (Seduct) até o dia 23 de junho. O texto vencedor de “Por onde anda o Cratscá?” será publicado como livro a ser lançado na próxima Bienal do Livro de Campos, conforme explica Carmen.

Este concurso reaplica a mesma dinâmica que resultou na publicação de Ururau Pançudo: a lenda continua, obra da aluna Thiana Sales de Souza, da Escola Municipal Olavo Saldanha Alves Filho. Naquela edição, a redação vencedora foi orientada pela professora da escola, e virou um livro lançado na 12ª Bienal do Livro de Campos, abrindo caminho para novos talentos literários.

 

O sucesso da publicação de Ururau Pançudo: a lenda continua motivou a Seduct a estender a proposta a outras obras da coleção “Tô Chegando”, da qual O Indiozinho Cratscá faz parte, completando 10 anos de sua publicação em 2025. “No texto de O Indiozinho Cratscá, o personagem é apresentado como um garoto goitacá que ganha o nome do Som do estalo de um galho partido”, disse Carmen.

 

Amigo de um sagui nas restingas à beira-mar, ele dialoga com a fauna local enquanto revela aspectos do cotidiano e da tradição indígena, criando um universo lúdico e educativo.

 

“Queremos levar os alunos a pensar o indígena não apenas em aldeias ou reservas, mas atuando em qualquer espaço urbano ou acadêmico, sem precisar de cocar ou trajes tradicionais – ele está entre nós e faz parte da nossa sociedade”, complementa Sylvia Paes.

 

Valorização da literatura infantil regional

 

Publicado originalmente em 2014, O Indiozinho Cratscá foi ilustrado por Alício Gomes e impresso de forma independente pela Gráfica Santo Antônio (ES). Com 48 páginas, o livro apresenta elementos da cultura indígena goitacá de forma acessível ao público infantojuvenil, aliando ficção, pesquisa e preservação do patrimônio local. A narrativa reforça a conexão entre natureza, identidade e memória histórica por meio do olhar de uma criança.

 

O Indiozinho Cratscá integra a Coleção “Tô Chegando”, voltada à literatura infantil regional. A coleção já conta com pelo menos seis títulos publicados, todos baseados em personagens e tradições de Campos dos Goytacazes. Entre eles estão Ururau Pançudo (2014), que reconta a famosa lenda da Lapa; Rainha Ray’a (2016), que traz a história de uma formiguinha gulosa apaixonada por doces campistas; Chiquinha Faceira (2016), sobre uma menina negra que adora dançar Mana-Chica; O Mistério do Jongo (2018), dedicado à dança afro-brasileira; e Conversa Fiada (2022/2023), que destaca o saber das tecelãs de distritos locais, com expressões do vocabulário popular.

 

Cada obra da coleção é resultado de pesquisa histórica e cultural, sempre pensada para aproximar os estudantes de suas raízes regionais. Além disso, os livros geram desdobramentos pedagógicos, como concursos de redação, oficinas e lançamentos em feiras literárias, estimulando a participação ativa dos alunos na produção de conhecimento.

Mais Ciência na Escola

O Programa Mais Ciência na Escola é uma ação da Seduct voltada ao fomento de projetos científicos e literários na rede pública. Por meio de bolsas de iniciação júnior e apoio técnico a professores, o programa incentiva a produção acadêmica desde o 6º ano até o 9º, fortalecendo a pesquisa e a criatividade dentro das salas de aula.

 

Criado sob a estrutura do Programa de Aprendizagem Eficiente (PAE), o Mais Ciência na Escola se destaca por estimular o protagonismo estudantil, o letramento científico e a inclusão social. Os projetos contemplados passam por chamadas públicas e recebem bolsas para estudantes e taxa de bancada para professores-orientadores, fortalecendo o vínculo entre escola, universidade e comunidade. A proposta é promover a cultura da pesquisa desde a Educação Básica, com foco em ciência, tecnologia, literatura e inovação.

Por Jorge Rocha

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