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EDUCAÇÃO ILUMINA VIDAS

Educação Quilombola encerra ciclo com trocas de saber e festa comunitária

No Quilombo Lagoa Feia, a Escola Municipal Maria Antônia Pessanha Trindade será palco, na quinta‑feira, 10 de julho, do desfecho do Curso de Aperfeiçoamento em Educação Escolar Quilombola: perspectivas antirracistas e práticas emancipatórias. Educadores, lideranças quilombolas e parceiros compartilharão as pesquisas realizadas ao longo dos seis meses de formação, antes de se reunirem em uma confraternização que celebra afetos e conquistas.

Promovido pela Seduct, esse curso acontece desde março, conectando saberes ancestrais e metodologias inovadoras para fortalecer a identidade quilombola na sala de aula. “É como se cada encontro tivesse sido uma semente lançada em solo fértil: agora, colhemos frutos de reflexão, ação e transformação social”, conforme destaca Diego Henrique Nascimento Santos, articulador da política de Educação para a Diversidade e Educação Quilombola. Para ele, o encerramento do curso materializa o esforço coletivo e a potência de uma formação que pulsa com vida.

A jornada começou em 12 de fevereiro, com uma aula inaugural no auditório da Prefeitura de Campos. Autoridades e especialistas saudaram a iniciativa, lançando um convite ao diálogo antirracista e à valorização dos patrimônios culturais. Desde então, cada aula foi construída para inspirar, questionar e abrir caminho para práticas emancipatórias na rede municipal.

Em 27 de março, o “Corpo‑território: da ação à cartografia quilombola” ganhou forma através da palestra de Marcelo Vianna.Educadores e representantes quilombolas desvendaram mapas de memórias e territórios, em uma oficina que uniu mãos, histórias e afetos ao transformar o espaço em desenho vivo.

No fim de abril, a professora Maria Clareth Gonçalves Reis conduziu o segundo módulo—“Educação Escolar Quilombola: garantia de direitos e preservação da memória”—com trilhas que atravessaram o Quilombo Lagoa Feia, além de vivências em sistematização literária e visual. Foi um dia de descobertas, quando cada passo no chão de terra reverberou como afirmação de identidade.

Em 22 de maio, o encontro com a pesquisadora Gizelya Morais trouxe à tona os saberes ancestrais e a diversidade cultural. Entre contação de causos e elaboração de um Caderno de Receitas Quilombolas, os aromas e sabores da tradição preencheram as salas, lembrando que a escola pode reconhecer na cozinha um espaço de ensino e resistência.

No dia 26 de junho, o protagonismo feminino foi a tônica do módulo “Mulheres quilombolas: saberes educativos e direitos à cidadania”, com Viviane Ramiro compartilhando histórias de força e saberes que ecoam gerações.

Com apoio do MEC e parceria de UFF, UFRJ/Macaé, IFF e UENF, o curso não apenas formou profissionais e lideranças, mas teceu uma rede de solidariedade e empoderamento. Amanhã, nesse encerramento, cada pesquisa apresentada será um tributo à resiliência quilombola e ao poder transformador da educação.

Por Jorge Rocha – Fotos: Arquivo da UE

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